Não troco
não troco não
Seo moço
a vida na cidade
pela minha no sertão
Amanhecemos
com o canto dos pássaros
 cacarejo das galinhas
 latido dos cachorros
o lindo por do Sol
Nas noites de Lua cheia
cantamos e proseamos
quase a noite inteira
sob a luz do luar
comendo e bebendo
pra alegria comemorar
As casinhas simples
de barro e sapé
hoje tão rebocadas
de telhas cobertas
pintadas até com as cores
divas do arco iris
 em mutirão
somos os construtores
Os pés de mangueiras e ipês
que parecem mortos na estiagem
florescem lindos e servem
de abrigos a ninho de pássaros
e a quem está de viagem
A igrejinha pintada de branco
traz a fé e a paz
na palavra que o enviado
De Deus, Nosso Pai, faz
A beira do caminho
está o cemitério
como última morada
dos corpos de quem padeceu
e que lá das alturas
vê como nossa vila desenvolveu!
Lenildo Solano

08/09/2013